segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


"Eu sinto no meu coração uma necessidade de amar, de dar a uma criatura este amor que me bate no peito. Mas ainda não encontrei aqui uma pessoa – uma só – por quem eu pudesse bater de amores."

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Eu Ouço, Que Tu Ouças...


Bem, creio que o cara que aí de cima dispensa qualquer comentário. "Gabriel, o pensador" deixa transparecer nas suas músicas o pensamento diferenciado que ele já alcançou. Músicas como FDP³, O Resto do Mundo e Pátria que me Pariu deixam claras as críticas sociais e morais que estão sempre presentes nas suas canções. Disponibilizo aqui o MTV Acústico (simplesmente impecável):

"O Lula é o meu pastor...


...por isso estou pastando".

Próximo ano, eleições. Como Lula não pode se reeleger novamente (não, isso não é um pleonasmo), ele teve que fazer de tudo pra conseguir o máximo de partidos pra apoiar a candidatura da Dilma. Esse "fazer de tudo" inclue apoiar o Sarney (e ter o PMDB do seu lado) e, dessa forma, seguir a mesma linha governamental que o clássico PT tanto condenava: não importa como, o que importa é se perpetuar no poder.
Lula tem seguido essa linha governamental muitíssimo bem. O Auge da política populista adotada por ele culminou no lançamento de um filme chamado Lula, o filho do Brasil, dirigido por Fábio Barreto. O filme, que será lançado no próximo ano (coincidentemente o mesmo ano da eleição) mostrará os feitos "heróicos" desse grande líder sindical, consequentemente não esperem que os fatos sejam narrados de acordo com o que realmente aconteceu, já que a história terá um tom completamente romântico e ufanista e o Lula será um ser perfeito, incorruptível e com propostas claras e objetivas para melhorar o Brasil (só faltava colocar o Wagner Moura pra interpretar o Lula).
Ah, um detalhe insignificante: quem patrocinou o filme foram empresas envolvidas politicamente com o Governo, "tendo interesses econômicos como motivação para o patrocínio de uma obra que ajudaria a eleição da sucessora de Lula à presidência.". Conveniente, não?!
Outro detalhe é que quem possivelmente vai ajudar a distribuir o filme em alguns países é o presidente venezuelano Hugo Chávez. Além disso, Barack Obama solicitou que a pré-estréia internacional do filme seja realizada nos EUA. Pelo visto, Lula conquistou "mentes e corações" não só dos brasileiros e, incrivelmente, consegue conciliar interesses socialistas (típico do Lula sindicalista) e interesses capitalistas (típico do atual PT).
Lula adotou um Governo populista à la Vargas e, muito possivelmente, quando for tentar retornar ao poder, assim como Vargas, voltará nos braços do povo.


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A Aliança

"Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.

— Você não sabe o que me aconteceu!
— O quê?
— Uma coisa incrível.
— O quê?
— Contando ninguém acredita.
— Conta!
— Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
— Não.
— Olhe.
E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
— O que aconteceu?
E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
— Que coisa - diria a mulher, calmamente.
— Não é difícil de acreditar?
— Não. É perfeitamente possível.
— Pois é. Eu...
— SEU CRETINO!
— Meu bem...
— Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei o que aconteceu com essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa. Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que só um imbecil acreditaria.
— Mas, meu bem...
— Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!

E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações. Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito trânsito. Por que essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
— Que fim levou a sua aliança? E ele disse:
— Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava uma crise no casamento deles, mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
— O mais importante é que você não mentiu pra mim.

E foi tratar do jantar."



(Do livro "As mentiras que os homens contam) - Luís Fernando Veríssimo

domingo, 13 de setembro de 2009

[N] E-G-O


Certa vez, Maurício, meu professor de história (e por quem eu guardo uma profunda admiração) fez o seguinte questionamento: qual é a característica psicológica inerente a todos os seres humanos que pisam e já pisaram na Terra? Que característica você e um chinês que viveu no século I têm em comum? Intriguei-me com a pergunta, pois os homens sofreram as mais diversas influências ao longo dos séculos: monarquia, absolutismo, república; barroco, romantismo, realismo; catolicismo, protestantismo, ateísmo. Mesmo dentre tantos "ismos", será que temos um defeito ou quem sabe uma qualidade que nos une?
Não sou pessimista, ainda tenho esperança principalmente nas crianças, mas não consigo pensar que esse elo represente uma virtude. A primeira resposta que me veio à cabeça foi o egocentrismo. A propriedade privada surgiu porque uma determinada pessoa decidiu passar a cerca ao redor de um pedaço de terra e disse "É minha!"; o poder corrompe porque quem o alcança percebe que ele oferece as oportunidades para controlar e se beneficiar às custas do outro; as relações afetivas são baseadas no desejo de posse sobre o companheiro...é lógico que quando você gosta de alguém, você espera que ele esteja sempre do seu lado e lhe dê atenção. Nada mais enriquecedor para o ego. Mas quando você percebe que esse alguém não lhe dá a atenção "merecida", o ciúme e a inveja surgem. Na amizade, esse ciúme surge quando você percebe que seu amigo lhe trocou por um outro alguém. Não há nada mais devastador para o ego do que ser trocado. Já em um namoro, a questão da posse é ainda mais visível. Nenhuma pessoa tem o dever de ficar com outra, mas mesmo assim os namorados se acham no direito de exigir certos deveres. De acordo com o Maurício, ninguém tem o direito de exigir fidelidade do outro, pois o outro é livre para fazer o que bem entender. Eu discordo um pouco, pois acho que a fidelidade é uma questão de respeito, mas tenho consciência de que esse pensamento é graças à nossa cultura. À nossa cultura e, principalmente, ao nosso egocentrismo (ou egoísmo, se preferir).
Mas, enfim, é muito difícil generalizar o homem, principalmente quando se trata de sentimentos, mas acho que o elo que une a cada um de nós se chama EGO.

Torres PseudoGêmeas...


E não é que se preocuparam em fazer até a sombra do cartaz?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mais Filhos Para a Atendente da Padaria


Um Governo que passa simultaneamente por crises econômica e política é insustentável. Um Governo que não agrada à "massa", e ainda deixa bastante escancarada a corrupção, abre espaço pra revoltas. Mas um país que tem uma política forte e uma economia abalada, assim como um país que tem uma política fraca e uma economia forte, consegue se sustentar até satisfatoriamente. O primeiro caso se enquadra no atual EUA, que, perante à crise, mantém um governo interventor (governo interventor no país do liberalismo?!) que tenta contornar esse período turbulento. Já no último caso está o Brasil. A economia brasileira anda de vento em poupa (obrigada!), temos até um pré-sal que vai começar a ser explorado, acredita?! Acredita mesmo?!
Bem, o fato é que graças a relativa estabilidade da economia, o Governo Lula consegue manter a massa bem controlada, com seus programas de "ajuda" aos mais necessitados (bolsa disso, bolsa daquilo, fome zero...). Não achem que o Lula é a melhor pessoa do mundo só por fazer isso. No jogo da política, há de se dançar conforme a música. Foi isso que o Lula fez pra ser eleito: após anos e anos tentando se eleger, só bastou ele mudar o discurso e a aparência pra conseguir chegar aonde mais almejava. Ao implantar uma política de ajuda aos mais necessitados, ele tinha as mesmas intenções que Vargas teve ao conceder direitos trabalhistas aos explorados proletários: controlar a massa para que ela se satisfaça e não reclame da forma política adotada. É por isso que poucos se importam com a atual crise política por que passa o Brasil. O que realmente importa é ter cada vez mais filhos pra ter cada vez mais acesso aos benefícios oferecidos pelo Governo. Não, isso não é exagero. A atendente da padaria andava sempre grávida e sua justificativa para isso era "com mais filhos, o dinheiro dos benefícios aumenta!!".

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Eu Ouço, Que Tu Ouças...

Bem, essa seçãozinha é só pra colocar à disposição alguns álbuns de bandas que valem a pena ouvir. Não se precisa nem discutir à respeito da atual qualidade (ou falta dela) das músicas que a "massa" mais ouve, né?! O mesmo ritmo, as letras que muuuuito acrescentam na nossa vida, versões e mais versões de músicas sempre na mesma batida...
Enfim, pretendo começar com uma banda que conheci há pouco tempo, mas que me conquistou com o modo inusitado e original de fazer ARTE. Móveis Coloniais de Acaju, uma banda brasileira de rock e ska com influências musicais do leste europeu e de música brasileira. Surgida em 1998 em Brasília, a banda possui um álbum lançado: Idem (2005), que aqui disponibilizo.

http://www.mediafire.com/?cuym0tgj4wc

Faça Bom Proveito!

O Calador de Críticos

Criticado, contestado, fuzilado por jornalistas: no começo ninguém acreditou no trabalho de Dunga. Confesso que eu também criticava, e devo pedir desculpas por isso. Dunga fez um trabalho bastante ousado ao retirar da seleção os jogadores que só tinham nome e colocar "sangue novo" pra jogar. Bem, como qualquer transição, os resultados positivos não foram imediatos. Quando Dunga assumiu, muitas pessoas faziam apostas para ver quando ele iria cair...o tempo foi passando, ele foi ganhando algumas competições e quebrando alguns tabus. Com ousadia, garra e muito, muito suor, Dunga pôs o Brasil na copa com uma folga inédita!!
"Em 1990, criaram a era Dunga. Tudo o que acontecia de errado no Brasil a culpa era do Dunga. Eu queria que essas pessoas tivessem coragem de atirar a pedra agora", declarou Dunga.

Quando estamos por cima, todos apóiam, todos elogiam, muitas vezes nem enxergam o trabalho que deu até chegar ali. Mas quando estamos por baixo, poucos nos apóiam, todos duvidam da nossa capacidade e sempre torcem pelo nosso fracasso.
Graças ao Dunga, aprendi mais uma lição...e viva à nossa Hipocrisia!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Numa Ilha


9 crianças são deixadas numa ilha deserta. Considere que essas crianças não sofreram NENHUMA influência de religião, cultura, ética, justiça, leis... é mais provável que essas crianças ajudem umas às outras na obtenção e conseqüente divisão de alimentos, construção de moradias e cada uma exerça seu papel no grupo ou elas prefeririam a independência, a disputa, a lei do "mais forte comanda", "aquilo que é meu eu não divido"?
Essa questão responderia a seguinte pergunta:" o homem nasce bom (a sociedade que o corrompe)" ou "o homem é o lobo do homem"?
Ainda não cheguei à nenhuma conclusão à respeito disso, mas prefiro acreditar que o homem seja um ser naturalmente bondoso, mas quando penso assim, sempre me vem à cabeça: "então quem deu origem a todos os males que hoje nos cercam?". Algum humano deve ter tido a brilhante! idéia de passar uma cerca através de um pedaço de terra e dizer "É MEU!"...os outros olharam isso, acharam bonito e decidiram fazer o mesmo.
Mas se déssemos mais uma chance, se essas genuínas crianças convivessem numa ilha, elas cometeriam o mesmo erro, confirmando a teoria de Thomas Hobbes, ou daria um novo final à história, confirmando a tese de Rousseau?